A deputada federal Renata Abreu (SP), presidente nacional do Podemos, participou ontem (24) do programa TV Grande ABC Notícias, apresentado por Leandro Amaral e Cinachi. A parlamentar, que exerce seu primeiro mandato no Congresso, falou sobre a participação da mulher na política, sobre o crescimento do partido, sobre democracia direta e outros temas.
Questionada se a política é machista, Renata disse que o Brasil tem um problema cultural, onde a política é vista como uma atividade masculina. “Eu sou filha de político. Meu pai, José de Abreu, foi deputado federal há 12 anos e ele nunca me pediu para sair candidata. Acho que na cabeça dele, em razão de uma sociedade machista, política não era lugar de mulher. Por esse motivo, ele nunca me incentivou isso. Mas, a vontade de mostrar que somos iguais aos homens faz com que a mulher se levante da cadeira e vá buscar o seu lugar. O nosso lugar é aonde a gente quiser. E mais do que isso, a política precisa do olhar da mulher, do olhar de cuidadora. A política, mais do que nunca, está precisando desse olhar para cuidar do nosso povo. Eu super incentivo que as mulheres participem desse processo.”
Renata também contou como ingressou na política. Revelou que estava no meio empresarial quando recebeu a missão de cuidar da Executiva Estadual do PTN (partido que deu origem ao atual Podemos), há seis anos. Ao estudar esse novo campo em sua vida, constatou que a política precisava ser reinventada no Brasil, aproximando os cidadãos para fortalecer as instituições. “É triste quando se ouve pessoas fazendo apologia à ditadura militar. Achar que aquele período era melhor porque vozes eram caladas é muito triste. A não vivência desse período leva a esse radicalismo que vemos por aí. Então, vi que era o momento do protagonismo, tanto da mulher quanto da juventude. Ao assumir o partido na esfera estadual, coloquei esse olhar cuidador, fazendo com que a legenda trabalhasse pela proximidade com o cidadão, que tivesse uma relação de amizade e de companheirismo.”
E a gestão feita com o olhar diferente, com mais afeto, não só a conduziu ao Congresso, em sua primeira participação em pleito eleitoral, como também à presidência nacional do partido. E em apenas um ano de presidente nacional conseguiu o aumento da bancada na Câmara dos Deputados: “Elegemos quatro deputados e, na primeira janela de transferência, nos tornamos o partido que mais cresceu no Congresso. Hoje somos 15 deputados.”
Sobre o momento que atravessa o país, com crise de governabilidade e escândalos de corrupção, Renata Abreu respondeu: “Eu vejo esse momento como muito bom. É o momento de passar a limpo o Brasil. E tem algo essencial nisso tudo, que são os jovens discutindo política. Hoje, eles entenderam que a política faz parte do dia a dia de todos, que tem a ver com emprego, com família… E quando a gente pensa no futuro deste País, temos de pensar na politização, na participação desses jovens. Então, isso me dá muita esperança e muita alegria”.
A deputada também falou da plataforma de democracia direta e da votação digital, que está no ar do site do Podemos, para que o povo vote e decida o voto dela na sessão em plenário, dia 2 de agosto, que vai decidir se aprova, ou não, a investigação do STF contra o presidente Michel Temer: “É a primeira prática de democracia direta da política nacional. Esse movimento tem crescido muito no mundo, na qual a tecnologia permite a aproximação do eleitor com seu representante político. É dever dos representantes dividir com a população as principais decisões do País. Com essa votação on-line, quero mostrar aos brasileiros que eles podem, sim, decidir não só de 4 em 4 anos, mas durante todo o mandato”.
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