Depressão mata! E projeto da deputada Renata Abreu pode salvar vidas

A depressão é uma sombra que se espalha silenciosamente. Não escolhe classe social, profissão ou idade. Sufoca, isola e tira a cor da vida. Para enfrentar essa triste realidade, a deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP) propôs o Projeto de Lei 1035/2025, que cria a Política Nacional de Prevenção e Tratamento da Depressão e Outros Transtornos Mentais. A proposta prevê medidas concretas para ampliar o acesso a cuidados psicológicos e combater o estigma em torno da saúde mental.

Milhões de pessoas no mundo enfrentam essa luta diariamente, muitas vezes sem apoio, sem recursos, sem esperança. No Brasil, transtornos mentais já são a terceira maior causa de afastamento do trabalho e impactam diretamente a economia, a produtividade e, acima de tudo, vidas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo. A cada 40 segundos, uma comete suicídio, e a doença é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Celebridades como Jim Carrey, Adele, Bruna Marquezine e Whindersson Nunes já expuseram suas batalhas contra a doença, mostrando que ninguém está imune. Depressão não escolhe classe social, cor ou fama, mas atinge desproporcionalmente algumas populações vulneráveis, como mulheres e pessoas em situação de pobreza. O acesso a tratamento psicológico e psiquiátrico continua sendo um privilégio para poucos. No Brasil, menos de 50% das pessoas com depressão recebem atendimento adequado, e em algumas regiões esse número é inferior a 10%.

O destaque do projeto é o Vale Saúde Mental para Trabalhadores, que oferece acesso subsidiado a serviços essenciais como terapia, atividades físicas e práticas de relaxamento. No Brasil, o ambiente de trabalho é um dos principais fatores desencadeadores de transtornos mentais, seja pela pressão excessiva, pelas jornadas exaustivas ou pela falta de suporte emocional. Hoje, transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, segundo dados do INSS. “Muitas empresas que investem em saúde mental são mais produtivas e humanas, mas esperar que todas tomem essa iniciativa sem incentivo é um sério risco”, diz a deputada.

Outra frente essencial do projeto é o Programa de Apoio à Saúde Mental da Mulher Pós-Parto, que busca oferecer suporte psicológico para mães que enfrentam a depressão pós-parto. Esse transtorno, frequentemente minimizado, pode afetar de 10% a 20% das mulheres e, em contextos de vulnerabilidade social, pode ultrapassar 30%. Além do sofrimento emocional, a depressão pós-parto pode comprometer o vínculo entre mãe e bebê, afetando o desenvolvimento da criança. A proposta fortalece o que já foi conquistado com a Lei 14.721/2023, também de autoria da deputada, garantindo suporte a gestantes e puérperas.

O PL 1035/2025 não trata apenas do direito ao tratamento, mas da necessidade urgente de mudar a forma como a sociedade encara a saúde mental. Por isso, o projeto também prevê a criação do Dia Nacional de Conscientização sobre a Depressão, para desmistificar preconceitos e incentivar a busca por ajuda.

Outras ações incluem:

  • Capacitação de profissionais de saúde para um atendimento humanizado e eficaz;
  • Expansão do acesso a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) no SUS;
  • Fortalecimento da rede de atendimento psicossocial em todo o país;
  • Plataformas de telemedicina para consultas remotas, garantindo atendimento a pessoas em regiões afastadas;
  • Criação de espaços de descompressão nos ambientes de trabalho e flexibilização de jornada para trabalhadores em situação de alto risco emocional.

“A depressão não pode esperar. Depressão mata!“, alerta Renata Abreu. Cada dia sem políticas eficazes significa mais vidas perdidas para uma doença que tem tratamento. “É hora de transformar palavras em ação, de garantir que o cuidado com a saúde mental seja um direito real e acessível para todos”, finaliza a autora do PL 1035/2025.

Texto: Lola Nicolás

Foto: Luís Felipe Morais

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