Presidente do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (SP) lamenta a saída do ministro da Saúde, Nelson Teich. Em menos de um mês, é o segundo ministro a deixar a pasta em meio à pandemia do coronavírus. “Quanto mais atritos ocorrerem para desviar a atenção do que de fato temos de focar, mais desarmados ficamos diante dessa guerra viral”, diz a deputada.
Para a parlamentar, o entra e sai de ministros desestabiliza o país e aumenta a tensão e o medo dos brasileiros nessa guerra contra um inimigo invisível.
“É o segundo ministro da Saúde a deixar o governo em menos de 30 dias. Estamos enfrentando a mais terrível guerra epidemiológica da história do Brasil. Mais de 14 mil brasileiros já perderam a vida. Assim como o ocorrido com o antecessor Luiz Henrique Mandetta, a saída do ministro Nelson Teich perturba e assusta mais ainda a população, porque evidência que o Brasil está desorganizado e sem foco. Quantos mais terão de morrer até que o governo federal siga, sem desvios, as recomendações da OMS, da ciência e da medicina para vencer a Covid-19 e voltarmos à normalidade?”, questiona Renata.
DESENTENDIMENTOS
Na manhã de hoje (15/05), Nelson Teich anunciou seu desligamento do governo federal. Antes dele, o médico e ex-deputado federal Luiz Henrique Mandetta, por desentendimento com o presidente Jair Bolsonaro, deixou o ministério da Saúde em 16 de abril. No dia seguinte, o oncologista Nelson Teich assumiu como ministro da Saúde. Em seu discurso de posse, ele disse que seu foco era nas pessoas e que conversaria com todos os governos estaduais para elaborar o plano de atuação para conter o avanço do coronavírus no país, que na ocasião já ceifado a vida de 2.372 brasileiros. Hoje, são mais de 14 mil mortos.
Assim como Mandetta, Teich é defensor da ciência e da medicina como armas de combate à Covid-19, seguindo as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde). Depois tomar conhecimento do quadro de avanço do coronavírus no país, disse que não tomaria qualquer medida intempestiva contra o isolamento social, contrariando Jair Bolsonaro, que defende o isolamento vertical (só para grupos de risco). O ex-ministro também foi surpreendido ao saber pela imprensa que o presidente aumentara o rol de atividades essenciais sem consultá-lo ou comunicá-lo. E nesta semana, os dois se desentenderam novamente por causa da insistência do presidente em chancelar o uso de cloroquina no protocolo de atendimento do SUS , medicação que não têm comprovação científica de eficácia contra a Covid-19, causada pelo novo coronavírus.
INIMIGO DOMINA
“O coronavírus não espera acalmarem os atritos políticos para contaminar os brasileiros. É um inimigo que domina o espaço e o tempo, e sozinho ninguém será capaz de derrotar. Portanto, chega de trocas! Torço para que o futuro ministro permaneça até o fim dessa guerra viral e coloque em prática de imediato o plano de ação deixado pronto por Teich. E que todo o país, governantes, parlamentares, empresários, entidades e população trabalhem juntos, numa força única para sairmos o mais rápido possível dessa pandemia, e com mais vontade de construir um Brasil melhor”, finaliza a deputada Renata Abreu.